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Rapidinhas

Em Recife, percurso formativo da ECA foi adaptado para tempos de isolamento

18 de agosto de 2020

Equipe buscou soluções digitais para garantir o contato e os encontros com os educandos

A Escola de Cidadania para Adolescentes soma uma série de atividades em um percurso formativo que aborda diversos temas e propõe diversas atividades que estimulam a interação social e com os territórios aos quais as e os jovens pertencem, além do aprendizado sobre direitos humanos, democracia e participação social.

Em anos anteriores, o projeto foi aplicado na cidade de São Paulo (SP) e Belém (PA). Em 2020, a Escola de Cidadania partiu para Recife (PE). Com o avanço da pandemia de Covid-19, alguns desafios apareceram para a execução do projeto.

A equipe do projeto precisou redesenhar o percurso formativo, buscando soluções em plataformas e conteúdos digitais para garantir a realização dos encontros e a manutenção do contato com a turma.

Para a mobilização e processo de seleção do grupo de adolescentes, usamos as mídias sociais da ACESA e também da Releitura – Bibliotecas Comunitárias em Rede, que a instituição ACESA integra com a biblioteca Comunitária Amigos da Leitura. A parceria com a Releitura na mobilização foi fundamental, pois houve uma a participação das equipes de cada biblioteca comunitária para mobilizar leitores dos espaços em suas comunidades em três municípios da Região Metropolitana do Recife (Recife, Jaboatão dos Guararapes e Olinda). Foram inscritos 43 adolescentes e jovens, dos quais foram selecionados 33 participantes.

Durante o processo, realizado de julho a outubro de 2020, foram desenvolvidas atividades que tinham em comum construir o reconhecimento e assunção das identidades culturais de todas e todos os participantes (educandas, educandos e educadores envolvidos). O ciclo de formações foi construído entendendo a importância de propiciar as condições em suas relações uns com ou outros permitindo que as mesmas e os mesmos possam assumir-se como ser social e histórico, pensante, comunicante, transformador, criador e realizador de sonhos, mas sem que esta assunção signifique a exclusão dos outros, à luz dos ensinamentos do pedagogo Paulo Freire em seu livro Pedagogia da Autonomia – Saberes necessários à prática educativa.

Foi escolhida a plataforma Google Classroom como Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA). Por lá, a equipe de educadores disponibiliza conteúdos multimídia – textos, fragmentos de e-books, vídeos, áudios, entre outros – para que cada adolescente possa estudar dentro de suas possibilidades de tempo e acesso à internet.

Após os estudos, cada educando pode interagir com educadores e colegas pela plataforma e apresentar atividades. No fim de cada ciclo de estudos e atividades, é realizado um encontro virtual para troca de saberes sobre Comunicação, Direitos Humanos, o que é Ser Adolescente e Ativismo Juvenil, além de sessão cineclube, oficinas de fanzine, audiovisual e sobre redes sociais.

 

Alysson Reis, adolescente que vem participando da Escola de Cidadania, falou sobre como tem sido participar do projeto em tempos de emergência sanitária:

“fomos pegos de surpresa por um vírus invisível e destruidor. Logo tudo, tudo mesmo, se tornou distante e à distância. A escola não foi diferente, logo a Física, Química, Biologia, Matemática entraram nas nossas casas e nossos cômodos foram adaptados para serem nossas novas salas de aula”

Ele apontou que mesmo em distanciamento, o modelo de ensino escolar não mudou, e esse formato trouxe problemas no aprendizado. A novidade chegou com as atividades da ECA:

“Para contrariar as expectativas de uma quarentena chata, difícil e tensa, alguns jovens de comunidade (como eu) imergiram em um diferente tipo de escola: a Escola de Cidadania Para Adolescentes. O objetivo parece simples: usar de instrumentos como a comunicação, os Direitos Humanos e a arte como forma de desenvolver o pensamento coletivo e a consciência cidadã.

Os encontros são como um portal que leva jovens periféricos a sonharem alto e além. Um portal que começa na expressão, na perspectiva e na interação de ideias e visões de mundo. A formação é extremamente apaixonante. Eu não quero que acabe. Me sinto muito bem acolhido, ouvido e inspirado. A cada nova atividade e encontro novas experiências que me fazem entender que a comunicação é fundamental para o nosso desenvolvimento enquanto cidadão e ser social.”