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Educação ambiental em foco: projetos piloto da ECA em Belém

Dentro da programação da Escola de Cidadania para Adolescentes, o meio ambiente foi trabalhado em oficina temática que contou com a apresentação do trabalho do coletivo Ame o Tucunduba, que luta pela gestão da bacia hidrográfica formada pelo rio.

Durante todos os encontros, ficou evidente a relação importante entre afetividades e o meio ambiente na vida das e dos adolescentes. A partir da percepção do potencial para trabalhar o tema, foi construído um projeto piloto sobre educação ambiental, desenvolvido na UNIPOP e aplicado com turmas de duas escolas públicas periféricas da região metropolitana de Belém.

A primeira turma do projeto piloto foi formada por alunas e alunos de séries do Ensino Fundamental II da escola Nelso Ribeiro, no bairro do Telégrafo – um espaço escolhido por sugestão de adolescentes integrantes da ECA Belém que foram alunos da escola. O projeto foi composto por uma roda de conversa sobre meio ambiente, compostagem e revitalização de espaços verdes, seguida da aplicação de um exercício prático de ação coletiva: a confecção de lixeiras seletivas para o espaço da escola.

Participantes do projeto na escola Nelso Ribeiro, no bairro do Telégrafo

Para a segunda turma do projeto piloto foi selecionada a Escola Jarbas Passarinho, no bairro Costa e Silva. Lá, além das atividades propostas, nosso projeto contou com a parceria de membros do corpo docente e de uma aluna integrante do projeto Aimeê Bordalo, que atuaram na mobilização e na articulação da turma em uma atividade sobre os desafios de conviver com a diversidade no âmbito escolar.

Participantes do projeto, alunas e alunos da Escola Jarbas Passarinho, no bairro Costa e Silva

Na reta final, foi possível agregar os dois projetos com a aplicação de mais um exercício de ação coletiva: as turmas atuaram, junto com moradores da região, na revitalização de um espaço no Bairro do Benguí, com plantio de mudas e grafitagem nos muro da área.

Estes planos de atividades foram desenhados a partir da identificação da ausência de políticas públicas efetivas voltadas para o meio ambiente nos bairros, um problema alarmante na região metropolitana de Belém: questões como o descarte correto de lixo, a falta de incentivo à educação ambiental, a ausência de coleta periódica de lixo comum e da coleta seletiva nas regiões periféricas, que promovem um impacto enorme na saúde e na relação das juventudes com seus territórios.

Durante a avaliação do percurso do projeto, as e os adolescentes compartilharam falas sobre como foi gratificante participar dos exercícios em comunidade, ressaltando a importância da tomada de consciência sobre o meio ambiente e da construção e manutenção coletiva de espaços de convivência nas suas periferias.

Democracia, Direitos Humanos, Juventude, Comunicação: como foram as oficinas temáticas da ECA em Bélem

O que é democracia? O que são direitos humanos? O que é o direito à comunicação? O que é ser adolescente e jovem na nossa sociedade? Como participar de movimentos sociais? Qual a relação de tudo isso com o lugar onde vivemos?

Essas e outras perguntas que surgem na cabeça de adolescentes e jovens foram temas de oficinas da Escola de Cidadania para Adolescentes em Belém.

Na oficina temática “Democracia”, perguntas sobre o exercício pleno das liberdades democráticas instigaram as e os adolescentes a pontuar, com o uso de diversas linguagens, a abrangência do conceito em ações cotidianas, vistas em uma praça.

Oficina temática “Democracia”

Já sob o tema “Direitos Humanos”, o exercício envolveu a reflexão e a troca de impressões a partir da observação do quadro Criança Morta, de Cândido Portinari. Cada adolescente foi chamado a compartilhar os sentimentos que a pintura expressava para si e qual a relação entre o contexto retratado na obra – a escassez de água e a fome – com suas vivências pessoais.

Criança Morta, de Cândido Portinari/Reprodução MASP

Nesta oficina também foram utilizadas técnicas de produção de fanzines para colocar em debate temas como o direito à vida, liberdade religiosa e o direito à liberdade de expressão, entre outras questões.

Para apresentar às e aos adolescentes do projeto um exemplo prático de mobilização social, foi apresentado o trabalho do coletivo Ame o Tucunduba, que luta pela garantia de gestão da Bacia do Rio Tucunduba. Nessa oficina foi possível colocar em debate grandes questões do meio ambiente e exemplificar como a mobilização social é importante para gerar mudança e sensação de pertencimento aos espaços periféricos que ocupam.

Oficina temática “Meio Ambiente”

A roda de conversa sobre ser adolescente e jovem contou com a participação de uma jovem ativista do coletivo A Liga, que falou sobre sua experiência como voluntária na periferia em que mora, de um jovem participante do projeto Rede Paraense de Pessoas Trans, enfatizando a importância do local de fala e representatividade da população trans em qualquer espaço, e um adolescente que integra a equipe da Agência de Notícias – JCA, falando sobre a importância da participação em atividades sociais para o crescimento pessoal e intelectual das juventudes. Por fim, um jovem ativista de um grupo local da Anistia Internacional Brasil compartilhou seu relato sobre a importância de intercâmbio de ideias e trocas dos movimentos sociais para a manutenção e fortalecimento das lutas.

Roda de conversa ser adolescente e jovem/mobilização em movimentos sociais

No tema Comunicação/Educomunicação, o ponto de partida foi o direito universal que todos têm de se comunicar. A apresentação de produções protagonizadas por jovens somadas à publicações em redes sociais estimularam o compartilhamento de conteúdo sobre os diversos temas estudados, demonstrando a importância de ações que reforcem a liberdade e a pluralidade da mídia, além de exemplificar como a adoção de práticas educomunicativas têm potencial para gerar grande impacto na promoção do direito humano à comunicação.

Oficina temática “Comunicação/Educomunicação”

 

Competências para a vida: oficinas discutem sonhos, aprendizados, cidadania e direitos das juventudes

O cronograma de encontros da Escola de Cidadania para Adolescentes foi preparado para abordar uma série de temas essenciais para quem está nessa fase da vida cheia de descobertas e sonhos – democracia, direitos humanos, a participação política, a comunicação, o meio ambiente e o significado de ser adolescente no Brasil.

Todos os temas foram trabalhados buscando aproximar os conceitos da realidade das e dos jovens, suas vivências e afinidades, de modo que os conhecimentos debatidos em cada encontro pudessem ser traduzidos em ideias e ações práticas pela turma em suas relações sociais e espaços privados e coletivos.

Com base no Guia Competências para a vida – trilhando caminhos de cidadania, desenvolvido pelo Unicef para auxiliar educadores e pessoas que trabalham com o fortalecimento de meninas e meninos na adolescência e “sugere uma série de temas traduzidos em competências, que podem contribuir para que a adolescência seja vivenciada de forma plena, com garantia de acesso a direitos e com a participação desse público em processos decisórios”, a equipe de educomunicadores da Viração elaborou três encontros com o objetivo de trabalhar algumas destas competências, explorando os sonhos e projetos de vida das e dos adolescentes.

Na primeira parte do encontro ‘Sonhos, propósitos e objetivos’, a partir da pergunta chave “Quais sonhos carrego comigo?”, a equipe de educadores buscou despertar na turma reflexões sobre o uso do pensamento crítico e criativo, o senso de responsabilidade, a autonomia e a resiliência.

Para começar, foram aplicados exercícios de reconhecimento do espaço, de si e do outro. Em roda, as e os jovens foram convidados a ouvir a poesia Milionário do Sonho, na voz de Emicida e Elisa Lucinda.

 

 

Logo depois, cada jovem recebeu quatro balões de cores diferentes e quatro pedaços de papel, correspondendo a quatro categorias de sonho: sonho afetivo, sonho profissional, sonho social e sonho pessoal, e foram convidados a escrever seus sonhos no papel e colocá-los no balão correspondente. Depois de encherem os balões, cada um pode customizá-los livremente, para que pudessem reconhecê-los.

Cada um dos jovens escolheu o balão correspondente a um sonho para começar a dinâmica. Com o balão em mãos, o primeiro exercício consistia em interagir com ele sem que deixasse chegar ao chão, sem estourar ou que o perdesse no meio da turma. Os educadores então trouxeram o restante dos balões com os sonhos de cada jovem para a roda, propondo que criassem estratégias individuais e coletivas para se relacionar com todos eles, mantendo a mesma regra inicial.

A certa altura da atividade, os jovens foram levados a escolher seu sonho “menos importante”, estourando o balão correspondente. A escolha foi repetida até que cada adolescente carregava apenas seu sonho mais importante. A turma foi convidada a compartilhar qual sonho mantiveram consigo e o por que de sua escolha, enquanto a equipe de educadores apresentava a eles os conceitos tema do encontro. No final desta dinâmica, os jovens criaram uma escultura coletiva com seus balões dos sonhos.

A próxima atividade foi um exercício de estímulo ao desejo de sonhar com uma nova pergunta chave foi lançada: O que eu sonho quando sonho?

Em grupos de quatro a cinco pessoas, a turma foi apresentada a notícias de jornais relacionadas a diferentes temas relacionados à juventude, do ponto de vista social, político, cultural e econômico, entre outros. Cada grupo escolheu entre uma e três notícias para fazer uma leitura crítica, analisando fatos narrados e refletindo os diferentes aspectos a eles relacionados.

A partir da pergunta Como poderia ter sido, se …, cada grupo recriou uma das notícias analisadas, usando os sonhos de cada membro do grupo como inspiração, com o convite para que cada um se permitisse sonhar além dos sonhos possíveis. As notícias recriadas foram organizadas em fanzines.

Para encerrar o encontro, as e os jovens foram convidados a refletir sobre as competências trabalhadas nas dinâmicas, os processos individuais e coletivos que fizeram parte dessa experiência. Como tarefa, cada adolescente foi convidado a trazer consigo um objeto que representasse seu sonho no próximo encontro.

Para dar continuidade ao aprendizado sobre a importância de desenvolver o pensamento crítico e criativo, a autonomia, a resiliência e a responsabilidade, a segunda parte do encontro sobre sonhos, propósitos e objetivos começou com uma reflexão sobre os aspectos socioculturais que influenciam nossas escolhas e a percepção da diversidade de narrativas que cada indivíduo pode ter sobre si.

A turma foi convidada a refletir ainda sobre O perigo da história única, assistindo à palestra da escritora nigeriana Chimamanda Adichie sobre o tema:

 

 

Durante o debate após a palestra, foi elaborado um quadro de nomes de pessoas que consideradas referências para o grupo. A partir da análise do quadro , foi proposta uma reflexão sobre “O que eu quero” e “O que fui convencido(a) a querer”.

Uma segunda pergunta foi lançada à turma, com o objetivo de promover um debate sobre autonomia e a responsabilidade sobre suas escolhas e sonhos: Quem eu sou e quem eu quero ser?

Após organizarem a sala com os objetos representativos que cada jovem apresentou, eles foram convidados a refletir sobre esta escolha ao som da música “Que nem a gente” de Celso Viáfora:

 

 

Em seguida, cada jovem foi convidado a falar sobre seu sonho a partir do objeto que escolheu. Após esta rodada, cada jovem recebeu uma folha de papel para responder às perguntas: Quem eu sou? e Quem eu quero ser?, refletindo sobre os sonhos que carregam consigo, mapeando os possíveis de realização e os mais difíceis a médio, curto e longo prazo.

Diante das respostas à questão Quem eu quero ser, uma segunda folha, personalizada com informações relacionadas às ideias de sonhos, propósitos e objetivos, foi entregue aos jovens, para que realizassem um mapeamento a partir das seguintes questões:

  • – O que eu preciso fazer para ser quem eu quero ser?
  • – Quais as facilidades para ser quem eu quero ser?
  • – Quais as dificuldades para ser quem eu quero ser?
  • – Por que eu quero ser quem eu quero ser?

Algumas competências práticas como comunicação e comunicação interpessoal, o pensamento crítico, a criatividade, a expressão corporal e verbal e o letramento digital foram trabalhadas no encontro ‘Conhecendo as profissões’.

Para proporcionar uma reflexão coletiva e crítica sobre o tema profissões e mercado de trabalho, a turma foi dividida em grupos para montar juntos um painel, a partir de algumas orientações:

  • O que é uma profissão? (resposta coletiva)
  • Escreva até 05 profissões/área que você acha que nunca trabalharia. (individual)
  • Escreva até 05 profissões/área que você admira, mas acredita não ter perfil. (individual)
  • Escreva 03 profissões que você se interessa e gostaria de conhecer mais.

Após um tempo de “pesquisa-ação”, cada jovem apresentou suas três profissões selecionadas.

Para relacionar autoconhecimento, criatividade, sonhos e senso crítico, a turma foi convidada a debater a pergunta Como escolher uma profissão?, após assistirem o vídeo COMO ESCOLHER UMA PROFISSÃO: Dicas de carreira para jovens e adolescentes”, do canal Manual do Homem Moderno, no Youtube:

 

 

Após o debate e com o painel de profissões montado, as e os adolescentes foram orientados a pesquisar usando a internet:

  • Uma curiosidade de cada profissão;
  • Pontos positivos de cada profissão;
  • Pontos negativos de cada profissão;
  • Qual a formação necessária?

Posteriormente, cada jovem apresentou o material pesquisado e foi realizada uma reflexão sobre a importância da responsabilidade e do autoconhecimento na hora de fazer escolhas profissionais.

A Internet, as redes sociais, a Comunicação para as juventudes e um exercício educomunicativo

As discussões sobre internet e a comunicação via redes sociais são essenciais para as juventudes do nosso tempo. Na Escola de Cidadania para Adolescentes, estes temas serviram como base para uma oficina e um exercício prático de cobertura educomunicativa desenvolvido pela turma.

Para entender o fenômeno da internet em nosso tempo na prática, foi organizada a dinâmica da Rede Social: cada jovem construiu um perfil com informações básicas, sentimentos (no formato ‘post’) e expôs para o restante da turma. Em seguida todos circularam pela sala, lendo os perfis, curtindo, comentando e compartilhando os conteúdos do colegas com os quais mais se identificaram.

Seguida a esta rodada, um debate sobre o uso da internet e das redes sociais: Como, quando e pra que vocês usam as redes sociais? E a internet no geral?

Neste debate, as e os jovens conversaram sobre alguns conceitos que permeiam o mundo virtual: privacidade, segurança e exposição, benefícios da acessibilidade, facilidades e oportunidades que a internet oferece, e conheceram os Princípios para a Governança e Uso da Internet.

Alguns destes princípios foram trazidos para discussão:

1. Liberdade, privacidade e direitos humanos

“O uso da internet deve guiar-se pelos princípios de liberdade de expressão, de privacidade do indivíduo e de respeito aos direitos humanos, reconhecendo-os como fundamentais para a preservação de uma sociedade justa e democrática”

Na discussão sobre o primeiro princípio, foi apresentado à turma o conceito de “Pegada Digital” – os rastros que deixamos na rede todas as vezes que acessamos sites ou aplicativos, a privacidade individual e casos de violações, como publicações de fotos sem autorização e o vazamento de vídeos íntimos (porn revenge). Também foi discutida a questão da vigilância na internet, aplicativos espiões e a disponibilização de informações pessoais para empresas de software.

6- Neutralidade da Rede

“Filtragem ou privilégios de tráfego devem respeitar apenas critérios técnicos e éticos, não sendo admissíveis motivos políticos, comerciais, religiosos, culturais, ou qualquer outra forma de discriminação ou favorecimento.”

Neste momento, a turma foi apresentada à lei que regula o uso da Internet no Brasil por meio da previsão de princípios, garantias, direitos e deveres para quem usa a rede, bem como da determinação de diretrizes para a atuação do Estado: o Marco Civil da Internet (2014).

Aproximando o debate, as e os jovens foram convidados a refletir sobre as seguintes questões: Como podemos nos manter seguros na internet? Como o governo pode ampliar a segurança sem prejudicar a liberdade de expressão e o direito à privacidade?

Depois de conversarem sobre estes conceitos, os jovens participaram de um exercício: o aprendizado de conceitos relacionados à Educomunicação e o planejamento de uma cobertura educomunicativa para uma atividade oferecida na rede SESC.

 

O que é cobertura educomunicativa?

“A cobertura educomunicativa se utiliza das técnicas do jornalismo, mas as reinventa por meio de processos colaborativos que favorecem uma experiência educativa aos participantes. Ela possibilita o exercício do direito à expressão, a publicização e a valorização da perspectiva do adolescente em relação a diferentes temas e a ampliação do repertório sociocultural por meio do acesso a diferentes locais, temas e atores.”

 

Em seguida, as alunas e alunos debateram o Jornalismo, com três perguntas prévias:

  1. Como vocês avaliam a atuação da imprensa como agente de formação da consciência política e social?
  2. Por que a mídia é considerada o quarto poder?
  3. Como a internet e as redes sociais impactam na prática jornalística?

 

Depois da oficina de planejamento, a Viração, em parceria com o Sesc Vila Mariana, mobilizou o grupo de onze jovens para a realização da cobertura educomunicativa do Seminário jornalismo, as novas configurações do quarto poder.

As produções resultantes da cobertura educomunicativa do evento foram publicadas no site da Agência Jovem de Notícias e divulgados em redes sociais. Nos três dias de cobertura, foram produzidos 16 textos, 1 vídeo, 1 fanzine e 1 podcast.

As juventudes e o direito humano à Comunicação

A Comunicação enquanto direito humano, como as juventudes se relacionam com os meios de comunicação, como produzem, consomem e compartilham conteúdo: estas e outras questões que a permeiam foram tema de duas oficinas da Escola de Cidadania para Adolescentes em São Paulo.

A partir da exposição dos conceitos relacionados à evolução dos meios de comunicação e a Educomunicação, foi debatido com a turma a Comunicação como direito humano. O objetivo dessa conversa é chamar a atenção das e dos jovens para a valorização dos direitos humanos e ampliar o repertório deles sobre o cenário político, econômico e social do campo da comunicação no país.

Em um mural, foram colocados em debate alguns conceitos e fatos históricos relacionados à criação da Declaração Universal dos Direitos Humanos, ressaltando seus três pontos fundamentais e a importância do direito à comunicação estar entre eles:

 

  1. Universalidade (inerente a toda pessoa humana, independente de raça, religião, classe social, gênero, etc.)
  2. Indivisibilidade (Os DH devem ser considerados de forma integral, não isolada, já que todos eles são importantes)
  3. Interdependência (Os DH estão relacionados uns aos outros e um pode levar a outros).

 

Após essa exposição, foi discutido com o grupo o conceito de comunicação, problematizando algumas questões: Quais os fluxos de comunicação que perpassam a sociedade? Comunicação e informação são a mesma coisa? O que significa dizer que Comunicação é um direito humano?

Para trazer efetivamente a discussão para o caso brasileiro, foi exibido o vídeo Levante sua Voz (2009), produzido pelo Intervozes Coletivo Brasil de Comunicação Social, escrito e dirigido por Pedro Ekman, que faz um retrato da concentração dos meios de comunicação existente no Brasil.

 

 

Após assistir ao vídeo, o grupo discutiu a Comunicação em nosso país, levando em conta as descobertas trazidas com o vídeo. Por que comunicação é um direito? Como o cenário das comunicações no Brasil viola esse direito?

Depois da discussão, as e os jovens foram reunidos em grupos e começaram a criar apresentações em mídias diversas sobre o tema da oficina. Cada grupo trabalhou uma grande questão para sua apresentação:

 

  • Grupo 1 – Como a mídia representa o jovem?
  • Grupo 2 – A internet democratizou a Comunicação?
  • Grupo 3 – O que Comunicação tem a ver com democracia?

 

O segundo encontro da oficina começou com a aplicação da dinâmica do Telefone sem Fio, que traduz de forma bem humorada algumas questões sociais e políticas que interferem no acesso à Comunicação.

Em seguida, a turma assistiu a vídeo-aula sobre Comunicação, produzida especialmente para a Escola de Cidadania:

 

 

Depois de acompanharem, na vídeo-aula, o relato de jovens ativistas, pesquisadores e representantes de coletivos sobre a importância da luta por uma mídia democrática e plural no Brasil, as alunas e alunos refletiram e debateram sobre como as práticas educomunicativas têm gerado forte impacto na promoção do direito humano à Comunicação.

Como atividade prática, os educadores dividiram a turma em grupos e os conduziram na criação de materiais com técnicas de produção midiática escolhidas por cada um deles, a partir de uma pergunta central: Como a gente se comunica e qual a importância da Comunicação?

ECA organiza oficinas sobre meio ambiente e mudanças climáticas para adolescentes

Para discutir meio ambiente e a crise climática que nosso planeta vem atravessando, foram preparadas duas oficinas com as alunas e alunos da Escola de Cidadania para Adolescentes em São Paulo: uma em sala, com dinâmicas e debates, e a segunda com visitas a espaços de organizações que trabalham questões ambientais na cidade.

No primeiro encontro sobre meio ambiente, foi aplicada a dinâmica da ‘sala desarrumada’: as e os jovens foram recebidos numa sala desorganizada, intencionalmente. A primeira parte do encontro – a retomada dos conteúdos dos encontros anteriores – foi realizada neste ambiente, sem maiores explicações.

Em seguida, a turma foi provocada a falar sobre as condições da sala e sobre a relação que as pessoas criam com os espaços que ocupam, inclusive os coletivos. Foi chamada a atenção para a importância de todos que ocupam e dividem espaços serem corresponsáveis pela sua manutenção, e os adolescentes puderam a refletir sobre a relação entre estas reflexões e o meio ambiente.

Entrando no tema central, foi exibida para a turma a animação “Man” (2012), do ilustrador e animador inglês Steve Cutts, que mostra o relacionamento destrutivo do homem com o meio ambiente, seguida de um debate sobre a obra.

 

 

Para aproximar ainda mais os debates à realidade da turma, foi exibida a vídeo-aula sobre a questão ambiental preparada para a ECA. A partir desta aula, as e os jovens conversaram sobre a importância da atuação de todos na mudança de atitude e no comprometimento em adotar práticas que transformem o modo como a humanidade se relaciona com o planeta.

 

 

Para as visitas aos locais de trabalho e ativismo ambiental, as alunas e alunos dividiram-se em grupos e pesquisaram sobre uma cooperativa de catadores de materiais recicláveis no centro da cidade e o projeto de horta comunitária na zona sul de São Paulo, anotando dúvidas e preparando perguntas e dividindo entre si as tarefas que formariam o registro educomunicativo da atividade.

Na ECA SP, oficinas exploram o “ser jovem” e a condição das juventudes

Seguindo a programação da Escola de Cidadania para Adolescentes em São Paulo, foram elaboradas atividades para dois encontros temáticos sobre o ser jovem enquanto categoria social e as condições de vida destas juventudes na cidade e em todo o país.

Após uma rodada de conversa retomando os temas dos encontros anteriores, as e os adolescentes foram divididos em grupos para discutir algumas perguntas provocadoras:

  • O que e como é ser adolescente e jovem?
  • Como a sociedade vê o jovem?
  • Como a mídia representa o jovem?

Depois de conversarem em grupos, a turma apresentou suas conclusões. Com a ajuda dos educadores, os grupos alinharam seus pontos de vista e foram apresentados a alguns conceitos essenciais para entendermos a juventude enquanto categoria social:

  • Transição, delimitação etária, marcos legais
  • Visões de juventude

A partir destes conceitos, a turma debateu o direito de ser adolescente e quais espaços as juventudes brasileiras encontram na sociedade, e o período da adolescência como um período de descoberta de talentos e competências:

  1. Como é ser adolescente?
  2. Como eu vejo a adolescência?
  3. Como a sociedade vê a adolescência?

Depois, foram convidados a montar um acróstico com seus nomes, elencando suas habilidades e também produziram trabalhos – cartazes, murais, fanzines – com a síntese das discussões do encontro. Como ‘lição de casa’, as e os jovens ficaram responsáveis por procurar exemplos de notícias representativas da adolescência e do lugar das juventudes na sociedade.

A segunda parte da oficina sobre ser jovem começou com a turma retomando as discussões dos encontros anteriores e apresentando as notícias com temática adolescente coletadas. Com base nas notícias apresentadas, algumas nuances do conceito do ser adolescente e jovem foram colocados em pauta:

  • Como a mídia apresenta o jovem?
  • O que caracteriza a cultura juvenil?

Algumas das preocupações centrais que permeiam a fase da adolescência também estiveram em foco: Como se preparam para o mundo do trabalho? Como pensam sua relação com a família? Como escolhem profissões? Como tomam conhecimento de seus direitos? Como participam da sociedade e da política? Como constroem sua autonomia?

Uma dinâmica explorou o conceito de ‘competência’ e suas aplicações ao longo da vida. As e os adolescentes revisitaram seus acrósticos para categorizar suas competências entre habilidades, conhecimentos e atitudes. foram debatidos os pilares da educação no século XXI – aprender a SER, FAZER, CONHECER E CONVIVER – e a tríade de desenvolvimento individual – IDENTIDADE, INTERATIVIDADE E AUTONOMIA.

De posse destes conceitos, a turma se debruçou sobre o mural com suas competências e conversou sobre como cada uma delas, em conjunto, pode oferecer contribuições para seu desenvolvimento pessoal e social. Para enriquecer ainda mais a discussão, assistiram a vídeo-aula sobre juventudes, criada especialmente para a ECA:

Depoimentos de especialistas e ativistas trouxeram diferentes perspectivas sobre o ser jovem e participar ativamente de movimentos sociais e da política local e nacional para encerrar a atividade.

As juventudes e os Direitos Humanos em discussão na ECA São Paulo

Os Direitos Humanos, assim como a compreensão do mecanismo e da manutenção dos valores democráticos, da importância da mobilização e da atuação política, foram tema de dois encontros da Escola de Cidadania para Adolescentes em São Paulo.

No primeiro encontro, após uma breve retomada das discussões sobre a democracia e o sistema político brasileiro, uma dinâmica explorou o poder, muitas vezes nocivo, dos rótulos aos quais estamos submetidos na sociedade.

Através desta atividade, foi trabalhado o conceito de Identidade e as plurissignificações que surgem para os adolescentes em suas vivências: estereótipos, termos pejorativos, questões de autoafirmação e manutenção de privilégios, entre outras.

Em seguida, os educadores chamaram as e os jovens à uma atividade na qual deveriam dizer “Concordo x Discordo” para algumas afirmações de senso comum sobre Direitos Humanos:

  1. Direitos humanos são para humanos direitos.
  2. Ninguém pode tirar os direitos humanos de ninguém.
  3. O direito à educação é um dos direitos mais importantes.
  4. A maioria das pessoas no Brasil é contra os direitos humanos.
  5. O direito à liberdade de expressão garante que todas as pessoas falem o que quiserem, da forma que quiserem.

Com essa dinâmica, foram debatidas a universalidade e a indivisibilidade dos Direitos Humanos, a interdependência entre eles e ainda os Direitos Humanos como inalienáveis.

Para ampliar as discussões, a turma assistiu a exibição do programa Greg News – “A Verdade sobre Direitos Humanos”:

Para encerrar o primeiro encontro sobre o tema, foi proposta uma leitura coletiva do texto da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Divididos em grupos e com o auxílio do material disponível no site da ECA sobre o tema, as alunas e alunos tiveram tempo para ler e discutir o texto histórico, e depois foram convidados a criar apresentações sobre os conceitos estudados.

A segunda parte da oficina começou com a apresentação dos trabalhos da turma criados a partir da leitura coletiva da Declaração Universal dos Direitos Humanos e também a discussão do processo de mapeamento afetivo proposto no início do projeto.

Depois dessa apresentação, a turma assistiu e debateu a vídeo-aula sobre Direitos Humanos e as juventudes, criada especialmente para a Escola de Cidadania:

No final deste encontro, uma roda de conversa com convidados ativistas em Direitos Humanos trouxe para as e os adolescentes diferentes perspectivas sobre a luta pela manutenção de direitos: movimento feminista, movimento negro, movimentos pela educação, direito ao trabalho, à comunicação, entre outros.

Política e participação popular: Democracia também é assunto de adolescente

A Democracia foi tema de duas das oficinas da Escola de Cidadania para adolescentes em São Paulo. Promovendo a discussão através da leitura de textos, rodas de conversa, atividades colaborativas e a apresentação de exemplos práticos, as e os jovens puderam conhecer e reconhecer o valor coletivo da democracia e a importância da participação popular.

No primeiro encontro, pautado a partir do Guia Prático: Participação Cidadã para Adolescentes, foram apresentados os conceitos de Democracia e Participação Popular. Foram debatidas as impressões dos jovens sobre o conceito de democracia como valor comunitário importante para garantir a manutenção de direitos básicos e conquistas sociais.

Em seguida, a turma foi dividida em quatro grupos para trabalhar coletivamente numa linha do tempo da democracia: usando tarjetas com descrição de acontecimentos históricos, as e os adolescentes foram estimulados a associar as descrições a fatos identificados na linha do tempo.

Para aprofundar o debate, os jovens participaram de mais uma atividade coletiva: a montagem de um ‘quebra-cabeça’ sobre o funcionamento do Estado Brasileiro. Nesta atividade foi possível conversar sobre o papel de cada poder dentro do estado democrático e as atribuições dos diferentes entes federados.

Durante a montagem do quebra-cabeça, algumas provocações pautaram a reflexão:

  • A população brasileira tem conhecimento do que é democracia?
  • Sabem como funcionam os poderes?
  • Aprendemos algo sobre isso na escola?
  • Qual a importância de entender o funcionamento do Estado para exercer a cidadania?
  • Onde nós, cidadãos, estamos nessa estrutura?

No segundo encontro abordando Democracia, a turma se reuniu para assistir um vídeo sobre o tema e para uma roda de conversa sobre todos os conceitos que foram apresentados na oficina anterior.

Depois do debate, uma conversa / entrevista com especialistas em participação democrática trouxe exemplos práticos da importância da participação popular e do ativismo em favor de uma democracia possível a todas as pessoas.