Convidado http://escoladecidadania.org.br/wp-login.php?action=logout&redirect_to=%2F&_wpnonce=9952f1cc2a

Planos de ação: mapeamentos do territórios e educomunicação

Após a realização do ciclo formativo, a turma foi organizada em pequenos grupos para construir planos de ação para enfrentar algumas das problemáticas mapeadas em seus territórios.

As equipes foram estimuladas a atuar ativamente nos territórios implementando ações com apoio pedagógico e material do projeto. A equipe seguiu mediando os processos por meio de plataformas de educação à distância, com encontros virtuais de monitoramento e articulação com os grupos de adolescentes.

As propostas de ação planejada que foram apresentadas pelos grupos precisaram ser adaptadas para respeitar as medidas de segurança e isolamento social que estavam em vigor no momento da sua execução.

Três grupos, formados por adolescentes de uma casa de acolhimento do município de Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana do Recife, participaram da formação da ECA e optaram por produzir e realizar sessões de cineclube, respeitando o distanciamento social e, a partir do cinema, realizar ações educomunicativas abordando direitos humanos e o combate ao racismo com outras adolescentes e jovens da mesma casa de acolhimento.

Um desses grupos distribuiu ainda, antes da sessão de cineclube, um fanzine artesanal produzido pelas próprias integrantes do grupo sobre o combate ao racismo com o objetivo de compartilhar e fortalecer ainda mais a discussão para além da exibição do filme.

Sessão do Cineclube da ECA Recife

O quarto grupo, formado por adolescentes de Olinda, Recife e Jaboatão, produziu de forma online o Sarau Poético de Jovem para Jovem, articulando a juventude das suas comunidades e escolas para participar da ação cultural.

Flyer convite para atividade da ECA Recife

O evento virtual foi realizado na plataforma de videoconferência Google Meet, aberto ao público geral e contou ainda com a participação de apresentações culturais de música e poesia, promovendo o protagonismo da juventude popular urbana a partir da arte.

Encontro virtual da ECA Recife

Já o quinto grupo, formado por adolescentes e jovens do bairro do Alto José Bonifácio, optou por planejar como ação uma proposta de TV Comunitária e produziram como primeiro conteúdo um curta-metragem sobre o preconceito no futebol contra mulheres, que contou com a participação das/dos adolescentes em todas as etapas de elaboração do conteúdo.

Sessão virtual de lançamento do curta metragem

Mesmo com limites impostos pela pandemia, esta etapa foi essencial para a autoestima das e dos jovens participantes da turma, que puderam levar o que apreenderam das discussões das oficinas e ter suas produções educomunicativas visibilizadas na sua comunidade e espaços de socialização, familiares e amigos.

Desafios do projeto em tempos de pandemia

As diferentes realidades relacionadas às situações socioeconômicas de cada bairro já eram um ponto de observação da equipe do projeto. A qualidade do acesso à informação em mídia digital, ter ou não ter computador e/ou celular próprios são algumas das questões que atravessam a realização das atividades da ECA, mesmo em tempos anteriores à emergência sanitária.

Com a adaptação do percurso formativo no ano da pandemia, uma das primeiras medidas adotadas foi fornecer pacotes de dados móveis para toda a turma, mesmo para aqueles que dividem os aparelhos eletrônicos com seus familiares. Outro recurso utilizado foi a criação de cartões convite para cada encontro do projeto, enviados como ação de mobilização para todos os adolescentes e jovens da turma.

Outro desafio para a participação dos adolescentes e jovens da turma da ECA Recife foram, sem sombra de dúvidas, as questões psicológicas que atingiram fortemente as juventudes brasileiras, impedidas de frequentar espaços de socialização e de acolhimento pelo distanciamento social.

Para contornar essas situações foi necessário um acompanhamento pedagógico virtual mais focado e direto, por meio das redes sociais, para entender as necessidades e dificuldades de cada jovem durante o processo formativo.

Essas dificuldades técnicas e psicossociais acabaram, mesmo com as ações pedagógicas, o número de adolescentes que desistiram ou não conseguiram acompanhar todas as etapas do processo formativo da ECA. O percurso foi encerrado com a participação de 19 adolescentes e jovens.

Encerramento virtual da ECA Recife

Um relato sobre as atividades educomunicativas na ECA Recife

Na ECA Recife, a equipe adaptou toda a metodologia do projeto para garantir a aplicação durante o período de emergência sanitária. Mesmo sem a presença física nas oficinas, os educomunicadores buscaram trabalhar os recursos tecnológicos disponíveis para trabalhar autonomia, libertação e auto-organização com a turma.

Esse contato com as tecnologias proporcionou aos adolescentes e jovens participantes da ECA Recife o acesso a conhecimentos de técnicas de produção em comunicação e o uso criativo e estratégico das mídias para disseminar conhecimentos e influenciar discussões públicas.

Encontro virtual – video conferência ECA Recife

 

As atividades práticas, como as oficinas cineclube, oficinas de fanzine, produção audiovisual e uso de redes sociais aconteceram dentro das discussões dos macro temas:

  • comunicação
  • direitos humanos
  • ser adolescente e a condição juvenil
  • ativismo e participação juvenil
  • educomunicação
  • meio ambiente

Além destes encontros temáticos e das oficinas práticas, foram realizados dois encontros complementares por videoconferência, com a participação de representantes convidadas para discutirem sobre “Cinema e audiovisual”, com a participação da cineasta negra e periférica Yane Mendes, e sobre “A mulher como ser social: negra, feminista, trabalhadora numa sociedade contemporânea”, com a ativista negra, lésbica, educadora social e pedagoga, Gal Almeida.

Foi organizada ainda uma live aberta ao público geral via página da Biblioteca Amigos da Leitura (da instituição ACESA) no Facebook, com o tema “Comunicação como ato político e ação afirmativa”, que contou com as debatedoras Neggalu Rodrigues, idealizadora do Portal Minha Pele Preta, e Gal Almeida.

Assista o evento na íntegra clicando aqui.

#Video – Preconceito no Futebol

Jovens participantes do projeto Escola de Cidadania para Adolescentes no Recife produziram curta-metragem com o tema do machismo no mundo do futebol

 

O percurso formativo do projeto Escola de Cidadania para adolescentes no Recife foi atravessado pela emergência sanitária provocada pelo coronavírus. Depois das adaptações planejadas pela equipe da Viração e dos educomunicadores que atuam diretamente no projeto, a ECA garantiu a realização de oficinas e a construção coletiva de produtos educomunicativos abordando os temas que foram trabalhados nos encontros e reflexões virtuais.

Um destes produtos é o curta-metragem “Preconceito no Futebol”: uma produção coletiva que o 5º grupo de adolescentes e jovens da turma 2020 do projeto, todos moradores do bairro do Alto José Bonifácio. A turma optou por planejar uma proposta de TV Comunitária para o território e produziram, como primeiro conteúdo deste canal, o curta-metragem do qual participaram desde as etapas de escrita do roteiro até a atuação.

O tema central que acompanha o curta-metragem é uma proposta de reflexão sobre o machismo estrutural presente no preconceito em relação ao futebol feminino, sobre a dificuldade de encontrar times femininos e os espaços para que elas possam praticar o esporte livremente.

Arte de capa do curta-metragem “Preconceito no Futebol”

O curta-metragem “Preconceito no Futebol” foi lançado em uma sessão virtual que contou com a exibição do filme e um debate sobre o tema, que reuniu as e os jovens com pessoas da comunidade convidadas.

 

Mesmo com limites impostos pela pandemia, consideramos esta etapa muito importante para a autoestima das educandas e educandos que viram suas produções e ações visibilizadas na sua comunidade e espaços possibilitando mostrar suas experiências para os seus familiares e amigos. – Ana Paula Ferreira e Tarcísio Camêlo, educomunicadores do projeto.

O projeto Escola de Cidadania para Adolescentes foi realizado no Recife pela Viração Educom em parceria com a instituição ACESA – Associação Cultural Esportiva Social Amigos e a Biblioteca Comunitária Amigos da Leitura. O filme está disponível no canal da ACESA no YouTube. Assista:

“SE ESSA CAPA FOSSE MINHA”

Confira o resultado de um exercício educomunicativo que envolveu fotografia, literatura e representatividade neste ensaio que colocou jovens leitoras na capa de seus livros preferidos

O processo de construção das imagens surgiu através de três livros que marcaram nossa jornada no projeto Literatura e Direitos Humanos: Para ler, ver e contar, foram eles:

1. Um defeito de cor, de Ana Maria Gonçalves, que retrata a escravidão de forma clara e objetiva sem romantizar ou modificar os acontecimentos do passado;

2. Sejamos todos feministas, de Chimamanda Ngozi Adichie, um famoso discurso que fala sobre como o feminismo deve ser uma luta de todas as pessoas;

3. Meu crespo é de rainha, de bell hooks, que exalta a beleza de cabelos crespos e cacheados, ensinando as crianças – e pessoas mais velhas também – a amarem seus cabelos.

Ao escolhermos esses livros para fazer uma releitura de suas capas, queríamos retratar o empoderamento feminino, a desigualdade de gênero e a escravidão – mostrando de forma explícita e impactante nossas perspectivas sobre essas grandes obras, escritas por grandes autoras.

TEXTO: Duda Pimentel, mediadora da Biblioteca comunitária Ademir dos Santos

CRÉDITOS DAS FOTOS

IDEALIZAÇÃO: Lizandra Stephany Santana Santos, Maria Eduarda Pimentel de Almeida, Natalia Milagre Elias e Vanessa Nunes Pereira

MODELOS: Maria Eduarda Pimentel de Almeida, Natalia Milagre Elias, Vanessa Nunes Pereira

FOTOGRAFIA: Gabriel Razo

Virajovens de São Paulo (SP).

Este conteúdo foi originalmente publicado na Revista Viração, Edição 116. Todas as edições da Revista Viração podem ser acessadas digitalmente na plataforma Issuu.

Aprendendo sobre cultura de paz

Um vídeo-animação para aprender mais sobre nossos direitos fundamentais, sobre o impacto das nossas ações e sobre a cultura de paz

Por Sylvio Ayala

Quantas pessoas resolvem seus problemas a socos e pontapés? Quantas nações declaram guerra a outras? Quantas pessoas são preconceituosas com colegas e vizinhos? Quantos povos vivem desenganados pelos desgovernos cruéis?

São todas situações que ameaçam a vida de alguém ou de muita gente. Mas existe um jeito de agir diferente: Existe um movimento pelo Meio Ambiente que luta sem ferir ninguém, ao contrário, trava batalhas por amor à vida, ao próximo, ao planeta. Chama-se: Cultura de Paz.

O que a paz significa para você? Vamos fazer a ligação da ação local com a atuação mundial, conhecer nossos direitos e perceber como nossa voz se torna a voz da humanidade?

Para apresentar melhor esse conceito, o educomunicador e colunista da Agência Jovem Sylvio Ayala preparou um vídeo-animação sobre a cultura de paz. Assista:

Quer saber mais sobre o trabalho do Sylvio Ayala? Conheça a página dele no Facebook e acesse o site.

Imagens que viram: Fotonovela discute gravidez na adolescência

Peça educomunicativa produzida por jovens participantes dos projetos da Viração apresenta os resultados das discussões sobre esse importante tema da vida adolescente

Por Redação AJN

“Ce viu, a Paula tá grávida!”

Segundo o site do Ministério da Saúde, no Brasil, cerca de 930 adolescentes e jovens dão à luz todos os dias, totalizando mais de 434,5 mil mães adolescentes por ano.O país registra ainda uma das maiores taxas se comparado aos países da América Latina e Caribe, chegando a 68,4 nascidos vivos para cada mil adolescentes e jovens.

Não há dúvidas de que gravidez é um assunto essencial na vida das e dos jovens brasileiros. Caminham junto com este tema outros, também importantes, como papéis de gênero e expressões de sexualidade, doenças sexualmente transmissíveis, prevenção e educação sexual, reproduções da lógica machista e patriarcal, entre outros.

Ao abordar a gravidez na adolescência com jovens participantes de projetos da Viração, uma turma foi estimulada a criar um produto educomunicativo para apresentar algumas das questões mais relevantes das discussões. O resultado foi uma fotonovela sobre o tema, que você confere agora:

Créditos: Gabriela Barbosa, Jenny Nicassio, Kariny Rocha, Evelyn Geovanna e Bruno Samuel

Este conteúdo foi originalmente publicado na Revista Viração, ano 16, Edição 114. Todas as edições da Revista Viração podem ser acessadas digitalmente na plataforma Issuu.

 

O que aprendemos com estudantes para ajudar na crise de saúde

Projetos de estudantes ensinam cuidados com alimentação, atenção com doenças que já afetam comunidades e necessidade de ações em prol da saúde mental de adolescentes

Por Criativos da Escola

 

A cada dia aumenta o número de pessoas infectadas pelo Coronavírus (Covid-19) no Brasil. A situação já é considerada uma pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Com isso, as escolas paralisaram as aulas; há um menor contato físico entre os amigos e, em alguns casos, acontece também uma reorganização dos projetos e atividades, que, quando possível, passam a ser feitos de maneira virtual.

Pensando nesse contexto, nós, do Criativos da Escola, compartilhamos aqui alguns aprendizados que tivemos com crianças e jovens de várias regiões do Brasil, onde a questão de saúde aparece das mais diversas formas. Seja por meio da alimentação, do autocuidado, ou mesmo por meio da proteção da natureza esses estudantes têm pensado soluções para problemas que afetam diretamente suas comunidades. Confiram:

1. Alimentação saudável para cuidar da imunidade

Em tempos de doenças com alto risco de contaminação, uma alimentação saudável pode ser um dos caminhos possíveis para aumentar a imunidade, entre outras precauções que devem ser tomadas, como higienizar as mãos e evitar aglomerações.

Pensando na questão alimentar, aprendemos com o projeto “AgroSaúde”, de estudantes da EEEP Guilherme Teles Gouveia, de Granja (CE), quão importante é pensar o alimento conectado à natureza. O grupo criou um projeto para conscientizar agricultores locais sobre o uso de agrotóxicos e como poderiam utilizar outras alternativas no combate às pragas.

Alunos criaram alternativas aos agrotóxicos/Divulgação

Como isso se conecta ao momento atual? A OMS estima que, a cada ano, entre três e cinco milhões de pessoas são contaminadas por agrotóxicos em todo o mundo. No Brasil, eles representam a terceira maior causa de intoxicação, vitimando principalmente os trabalhadores rurais. Para o consumidor, o perigo está no consumo de vegetais com resíduos de substâncias químicas que podem ocasionar graves danos à saúde.

Diante disso, o projeto dos estudantes de Granja (CE) ofereceu oficinas em comunidades locais com orientações quanto ao uso de EPI, manuseio do produto e utilização de defensivos alternativos que não tragam riscos à saúde e nem agridam o meio ambiente. Além disso, houveram campanhas e palestras em unidades de ensino sobre os perigos do uso de agrotóxicos.

Dicas do que aprendemos com o “AgroSaúde” e que podemos fazer mesmo online:

  • Mobilizar a comunidade sobre questões de alimentação e saúde por meio de campanhas virtuais;
  • Mostrar alternativas possíveis ao uso dos agrotóxicos, como alimentos orgânicos e/ou produzidos por agricultores locais (sempre que possível);
  • Evitar alimentos industrializados.

2. Não esquecer dos outros riscos à saúde

Para além do coronavírus, há ainda no Brasil e outros lugares do mundo diversas doenças que colocam em risco a saúde e a vida de muitas famílias e comunidades. Nos últimos anos, o Brasil tem enfrentado a alta taxa de casos de dengue, por exemplo, fazendo com que grupos de estudantes, nas mais diferentes regiões do país, criassem caminhos para falar e atuar sobre o assunto em suas comunidades e escolas.

Jovens criam projeto de combate à dengue na comunidade/Divulgação

Exemplo disso são os jovens da ETEC Monsenhor Antônio Magliano, em Garça (SP), que organizaram diversas ações de conscientização e combate ao Aedes Aegypti na região por meio do Projeto “Ensino Conectado à Saúde“.

O que aprendemos e como vocês também podem readaptar para os dias de quarentena, em casa:

  • Distribuir cartilhas informativas (no atual momento, é possível criar informações e divulgá-las de modo virtual);
  • Realizar conversas com colegas de outras escolas (pode ser por meio do Whatsapp, Instagram, Facebook ou outras redes sociais);
  • Criar um blog ou página nas redes sociais com informações sobre a doença para comunicar sua comunidade ou escola;
  • Elaborar um jogo online ou mesmo um aplicativo informativo para crianças sobre os riscos da doença.

3. Cuidado com os idosos

Um dos maiores grupos de risco no caso de contaminação por coronavírus são os idosos, ou seja, aqueles com mais de 60 anos. A exemplo do cuidado que se deve ter com esse grupo, os alunos do Colégio Estadual Professor Ivan Pereira de Carvalho, em Camocim (CE), desenvolveram uma série de ações para cuidar e valorizar a vida dos mais velhos na comunidade, com o projeto “Não nos esqueça”. Além de produzirem um livro e um documentário para relatar suas biografias, eles organizaram uma campanha de arrecadação de medicamentos e materiais de uso para idosos em situação de vulnerabilidade social.

Projeto priorizou o cuidado com os idosos da comunidade/ Divulgação

Dicas de ações que podem ser feitas em prol dos idosos de sua região:

  • Fazer ligações a pessoas idosas que, neste momento, podem estar em situação ainda maior de isolamento ou até mesmo abandono;
  • Auxiliar em tarefas que precisam ser feitas fora de casa (compra em supermercado, passear com animal de estimação, compra de remédios na farmácia etc);
  • Campanha de comunicação online voltada a cuidados que as demais pessoas devem ter com os idosos.

4. Autocuidado com mente e corpo

Nesses tempos em que somos obrigados a ficar dentro de casa, é muito importante que se exerça o autocuidado e a atenção com nossa mente e corpo. Por todo o país, autoridades têm determinado que as escolas e os comércios sejam fechados. Em alguns casos, educadores e estudantes estão continuando o ano letivo de modo virtual, o que exige outras formas de organização e também de cuidado.

Um grupo de estudantes de Campo Bom (RS) criou o aplicativo para celular “Tigre Branco“, que tem como função principal refletir sobre a autoestima e o cuidado consigo próprio para, então, conseguir acolher e cuidar do restante do grupo que integra. A iniciativa foi uma das premiadas na edição de 2018 do Desafio Criativos da Escola.

O autocuidado e o cuidado com o outro são temas do app Tigre Branco/Divulgação

Relacionando-se com os dias atuais, nos quais evitar sair de casa é um jeito de cuidar do outro, nós aprendemos com o projeto:

  • É importante reservar para si um momento de reflexão e cuidado mental;
  • Realizar exercícios físicos é um jeito de cuidado pessoal;
  • Para cuidar do outro, precisamos estar bem com a gente mesmo.

5. Atenção a casos de doenças psicológicas de crianças e adolescentes

Diante de um involuntário isolamento pelos riscos de contágio do vírus, muitas pessoas podem se sentir sozinhas, deprimidas ou ansiosas. A abertura de espaços de diálogo e escuta se tornam importantes nesse momento, para que, além de cuidar de nós mesmos, também possamos apoiar uns aos outros e também procurar por ajuda profissional, quando necessário.

Um exemplo disso é o projeto “Luz na Escuridão”, dos alunos e alunas da EEM Professora Marieta Santos, de Bela Cruz (CE). Os estudantes perceberam que os colegas estavam passando por alguns problemas, como depressão e automutilação, e criando espaços de acolhidas que envolvem também profissionais no assunto. Para abrir um canal direto com os amigos, criaram uma página no Instagram, onde as pessoas podem procurá-los para pedir ajuda para encontrar espaços de tratamento. O que aprendemos para esses tempos:

  • Abrir espaços de diálogo para as pessoas dizerem como se sentem;
  • Sermos empáticos às diferenças e sentimentos dos outros;
  • Procurar um profissional da saúde mental para auxiliar quando preciso.

Texto originalmente publicado no site do projeto Criativos da Escola, em 20 de março de 2020.

 

 

Democracia, Direitos Humanos, Juventude, Comunicação: como foram as oficinas temáticas da ECA em Bélem

O que é democracia? O que são direitos humanos? O que é o direito à comunicação? O que é ser adolescente e jovem na nossa sociedade? Como participar de movimentos sociais? Qual a relação de tudo isso com o lugar onde vivemos?

Essas e outras perguntas que surgem na cabeça de adolescentes e jovens foram temas de oficinas da Escola de Cidadania para Adolescentes em Belém.

Na oficina temática “Democracia”, perguntas sobre o exercício pleno das liberdades democráticas instigaram as e os adolescentes a pontuar, com o uso de diversas linguagens, a abrangência do conceito em ações cotidianas, vistas em uma praça.

Oficina temática “Democracia”

Já sob o tema “Direitos Humanos”, o exercício envolveu a reflexão e a troca de impressões a partir da observação do quadro Criança Morta, de Cândido Portinari. Cada adolescente foi chamado a compartilhar os sentimentos que a pintura expressava para si e qual a relação entre o contexto retratado na obra – a escassez de água e a fome – com suas vivências pessoais.

Criança Morta, de Cândido Portinari/Reprodução MASP

Nesta oficina também foram utilizadas técnicas de produção de fanzines para colocar em debate temas como o direito à vida, liberdade religiosa e o direito à liberdade de expressão, entre outras questões.

Para apresentar às e aos adolescentes do projeto um exemplo prático de mobilização social, foi apresentado o trabalho do coletivo Ame o Tucunduba, que luta pela garantia de gestão da Bacia do Rio Tucunduba. Nessa oficina foi possível colocar em debate grandes questões do meio ambiente e exemplificar como a mobilização social é importante para gerar mudança e sensação de pertencimento aos espaços periféricos que ocupam.

Oficina temática “Meio Ambiente”

A roda de conversa sobre ser adolescente e jovem contou com a participação de uma jovem ativista do coletivo A Liga, que falou sobre sua experiência como voluntária na periferia em que mora, de um jovem participante do projeto Rede Paraense de Pessoas Trans, enfatizando a importância do local de fala e representatividade da população trans em qualquer espaço, e um adolescente que integra a equipe da Agência de Notícias – JCA, falando sobre a importância da participação em atividades sociais para o crescimento pessoal e intelectual das juventudes. Por fim, um jovem ativista de um grupo local da Anistia Internacional Brasil compartilhou seu relato sobre a importância de intercâmbio de ideias e trocas dos movimentos sociais para a manutenção e fortalecimento das lutas.

Roda de conversa ser adolescente e jovem/mobilização em movimentos sociais

No tema Comunicação/Educomunicação, o ponto de partida foi o direito universal que todos têm de se comunicar. A apresentação de produções protagonizadas por jovens somadas à publicações em redes sociais estimularam o compartilhamento de conteúdo sobre os diversos temas estudados, demonstrando a importância de ações que reforcem a liberdade e a pluralidade da mídia, além de exemplificar como a adoção de práticas educomunicativas têm potencial para gerar grande impacto na promoção do direito humano à comunicação.

Oficina temática “Comunicação/Educomunicação”

 

A Internet, as redes sociais, a Comunicação para as juventudes e um exercício educomunicativo

As discussões sobre internet e a comunicação via redes sociais são essenciais para as juventudes do nosso tempo. Na Escola de Cidadania para Adolescentes, estes temas serviram como base para uma oficina e um exercício prático de cobertura educomunicativa desenvolvido pela turma.

Para entender o fenômeno da internet em nosso tempo na prática, foi organizada a dinâmica da Rede Social: cada jovem construiu um perfil com informações básicas, sentimentos (no formato ‘post’) e expôs para o restante da turma. Em seguida todos circularam pela sala, lendo os perfis, curtindo, comentando e compartilhando os conteúdos do colegas com os quais mais se identificaram.

Seguida a esta rodada, um debate sobre o uso da internet e das redes sociais: Como, quando e pra que vocês usam as redes sociais? E a internet no geral?

Neste debate, as e os jovens conversaram sobre alguns conceitos que permeiam o mundo virtual: privacidade, segurança e exposição, benefícios da acessibilidade, facilidades e oportunidades que a internet oferece, e conheceram os Princípios para a Governança e Uso da Internet.

Alguns destes princípios foram trazidos para discussão:

1. Liberdade, privacidade e direitos humanos

“O uso da internet deve guiar-se pelos princípios de liberdade de expressão, de privacidade do indivíduo e de respeito aos direitos humanos, reconhecendo-os como fundamentais para a preservação de uma sociedade justa e democrática”

Na discussão sobre o primeiro princípio, foi apresentado à turma o conceito de “Pegada Digital” – os rastros que deixamos na rede todas as vezes que acessamos sites ou aplicativos, a privacidade individual e casos de violações, como publicações de fotos sem autorização e o vazamento de vídeos íntimos (porn revenge). Também foi discutida a questão da vigilância na internet, aplicativos espiões e a disponibilização de informações pessoais para empresas de software.

6- Neutralidade da Rede

“Filtragem ou privilégios de tráfego devem respeitar apenas critérios técnicos e éticos, não sendo admissíveis motivos políticos, comerciais, religiosos, culturais, ou qualquer outra forma de discriminação ou favorecimento.”

Neste momento, a turma foi apresentada à lei que regula o uso da Internet no Brasil por meio da previsão de princípios, garantias, direitos e deveres para quem usa a rede, bem como da determinação de diretrizes para a atuação do Estado: o Marco Civil da Internet (2014).

Aproximando o debate, as e os jovens foram convidados a refletir sobre as seguintes questões: Como podemos nos manter seguros na internet? Como o governo pode ampliar a segurança sem prejudicar a liberdade de expressão e o direito à privacidade?

Depois de conversarem sobre estes conceitos, os jovens participaram de um exercício: o aprendizado de conceitos relacionados à Educomunicação e o planejamento de uma cobertura educomunicativa para uma atividade oferecida na rede SESC.

 

O que é cobertura educomunicativa?

“A cobertura educomunicativa se utiliza das técnicas do jornalismo, mas as reinventa por meio de processos colaborativos que favorecem uma experiência educativa aos participantes. Ela possibilita o exercício do direito à expressão, a publicização e a valorização da perspectiva do adolescente em relação a diferentes temas e a ampliação do repertório sociocultural por meio do acesso a diferentes locais, temas e atores.”

 

Em seguida, as alunas e alunos debateram o Jornalismo, com três perguntas prévias:

  1. Como vocês avaliam a atuação da imprensa como agente de formação da consciência política e social?
  2. Por que a mídia é considerada o quarto poder?
  3. Como a internet e as redes sociais impactam na prática jornalística?

 

Depois da oficina de planejamento, a Viração, em parceria com o Sesc Vila Mariana, mobilizou o grupo de onze jovens para a realização da cobertura educomunicativa do Seminário jornalismo, as novas configurações do quarto poder.

As produções resultantes da cobertura educomunicativa do evento foram publicadas no site da Agência Jovem de Notícias e divulgados em redes sociais. Nos três dias de cobertura, foram produzidos 16 textos, 1 vídeo, 1 fanzine e 1 podcast.