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Sustentabilidade para mim?

Olá meus leitores queridos 🙂

Depois de 6 meses estudando, analisando e refletindo os conceitos macro e micro dos famosíssimos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), chegamos ao nosso último texto da série #Agenda2030!

Nesse artigo, quero levá-los para uma reflexão mais profunda sobre sustentabilidade, que passa pelo planeta, seu corpo e sua mente.

Booooora juntinhes?

O termo “Desenvolvimento Sustentável” surgiu em 1987, com a Gro Harlem Brundtland, a primeira ministra da Noruega. Gro foi uma das protagonistas do Relatório Nosso Futuro Comum (ou Relatório Brundtland), documento elaborado pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento da ONU.

De acordo com o Relatório, Desenvolvimento Sustentável é definido como:

O desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades.”

Quando o assunto Desenvolvimento Sustentável vem a tona, muitos pensam em

  • Agenda 2030;
  • Ecossistemas;
  • Economia verde;
  • Economia circular;
  • Consumo Consciente;
  • Economia de Baixo Carbono;
  • Morar na praia e viver da arte que a natureza dá.

No entanto, gostaria de convidá-los a sair da superficialidade e mergulhar dentro dos seus próprios pensamentos: você já pensou em algo parecido com isso:

  • Preciso aproveitar esse momento para estudar! Depois eu descanso…”
  • “Se eu quero ter sucesso preciso estudar enquanto ‘eles’ se divertem.”
  • “Vou trabalhar muiiiiito até meus 30 anos, evitando bares, passeios e viagens. Depois eu aproveito.”

Esse é o padrão de pensamento considerado “”””correto”””” pelos gurus de produtividade e riqueza da internet, contudo, não sinto que ele será sustentável a longo prazo. É muito importante estarmos atentos para não cair numa linha tóxica de raciocínio! Apesar de suuuper criticar o sistema capitalista que vivemos, modelo fundamentado na competição e exploração, me peguei reproduzindo esses vieses comigo mesma!

Amo o que eu faço, coloco meu coração no trabalho e sou apaixonada por ativismo com propósito. Contudo, fui provocada por uma amiga a repensar esses valores, a fim de evitar um burn out ou um piripaque nervoso rs.

Ainda não tenho respostas, mas acredito que é o melhor caminho a ser seguido é o equilíbrio.

Afinal, ser sustentável é pensar a longo prazo, usar os recursos presentes sem comprometer as gerações futuras. (Nesse caso, meus filhos fofinhos que planejo ter).

Queridos leitores,

  • Será que as suas decisões e escolhas são feitas de forma consciente? Ou será que elas são um mero fruto de um padrão tóxico de comportamento imposto por uma sociedade doente?

Sustentabilidade vai muito além de uma Agenda Global com 17 Objetivos, 169 Metas e 231 Indicadores! Sustentabilidade é pensar no planeta, pensar nas pessoas e, acima de tudo, PENSAR EM VOCÊ!

“Qual é o mundo que você deseja construir?”

Antes de cuidar do mundo, cuide de você! Se aproxime de pessoas positivas, divirta-se numa tarde no parque e relaxe. Respire ar puro, deite-se na grama e permita-se viver o aqui e o agora.

O mundo está meeeega esquisito, mas não poderemos fazer nada, nadica de nada, n-a-d-a mesmo, se não estivermos bem! Você pode ser um jovem engajado e ainda curtir um ócio criativo com seus amigos 🙂

Amanda da Cruz Costa é colunista da Agência Jovem de Notícias.

Como se engajar na agenda 2030?

Como a juventude pode potencializar a promoção e territorialização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

Por Amanda da Cruz Costa

Chegou hoje? Não deixe de dar uma olhada nos textos:

Fala galeeera, belê? Chegamos no 5º encontro da nossa série.

Depois de tanto conhecimento teórico chegou a hora de arregaçar as mangas e colocar a mão na massa! Hoje vou apresentar algumas possibilidades de engajamento na Agenda 2030. Booooora juntinhes?

1. NÍVEL NACIONAL

Existem diveeeeersas organizações da sociedade civil que trabalham diretamente com a Agenda 2030, mas nesse texto quero falar sobre a minha experiência com organizações que possibilitam que jovens ocupem espaços de diálogo e de tomada de decisão. Espero do fundo do meu coração que após ler esse texto, você abrace uma causa e se posicione como uma liderança jovem que decidiu construir um futuro sustentável!

Engajamundo

A missão do Engaja é mostrar para o jovem brasileiro que se ele mudar ele mesmo, seu entorno e souber as ferramentas políticas, ele pode transformar sua realidade. Para tornar essa frase babadeira uma realidade, o Engajamundo desenvolve ações a partir de 3 níveis: local, nacional e internacional.

Local: Os núcleos locais (pessoal do mesmo estado) tem total liberdade para puxar ações de ativismo, reuniões com tomadores de decisão e formações em escolas públicas (Caminhos da Solução e Passo a passo do Advocacy).

Nacional: Existem 5 Grupos de Trabalho (carinhosamente apelidados de GT’s), que são espaços de discussão e co-criação online onde xófens ativistas das cinco regiões do Brasil trabalham para territorializar uma agenda da ONU. Os temas são ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), Clima, Biodiversidade, Cidades e Comunidades Sustentáveis e Gênero.

Internacional: Todos os anos o Engaja leva uma delegação de jovens para os espaços de discussão global. Tem a COP de Clima, a COP de Biodiversidade, o Fórum Político de Alto Nível, a CSW, Habitat etc.

Crie seu projeto

Se você tem um perfil empreendedor, essa opção é para você! Outra forma de se engajar na Agenda 2030 é criando um projeto individual, onde você possa transbordar assuntos relacionados a sua causa!

Depois de um tempo engajada nos debates sobre sustentabilidade, eu percebi que esses espaços eram ocupados majoritariamente por homens brancos héteros cis-gênero e VELHOS. Super absurdo, não é? Para mudar essa realidade, decidi criar o PerifaSustentavel, cuja missão é democratizar o conhecimento para as periferias de São Paulo.

Antes da pandemia, eu fazia workshops na minha comunidade a partir de três pilares-base:

  • Roda de conversa: “o que é o mundo ideal?”
  • Contextualização sobre a Agenda 2030;
  • Chamada para a ação: como NÓS podemos criar um mundo sustentável?

Como começar seu projeto:

  • Defina uma causa: a causa está vinculada com sua mensagem, é aquilo que queima em seu coração e te dá energia para alcançar o seu propósito. Se você sentir dificuldade em escolher uma causa, olhe para a Agenda 2030 e escolha 2 ou 3 objetivos.
  • Networking de impacto: depois de definir sua causa, se aproxime de pessoas que têm objetivos semelhantes ao teu. Somos a média das 5 pessoas com quem mais nos relacionamos e, se queremos transformar nosso mundo, precisamos ficar perto de pessoas que estão comprometidas em deixar um futuro melhor para as próximas gerações.
  • Transborde: Agora que você já definiu sua causa e se aproximou de pessoas marabrilhosas, está na hora de agir! Desenvolva projetos, campanhas, ações pontuais… O importante é começar 🙂

2. NÍVEL INTERNACIONAL

Eu, como internacionalista arrasadora que sou, também quero apresentar duas organizações internacionais que estão mudando a realidade de diversaaaaas pessoas, utilizando o “pensar global, agir local” como estratégia principal.

Youth Climate Leaders (YCL)

O Youth Climate Leaders é uma organização internacional que trabalha para capacitar, empoderar e conectar 1 milhão de jovens profissionais do clima até 2030 [super ousadíssimos, amooooo], através de 3 pilares:

  • Jornadas de aprendizagem (Capacitação): Essas jornadas possuem o objetivo de colocar o jovem num ambiente de construção de uma sociedade justa e sustentável, impacto coletivo e transformações individuais, através de práticas de autoconhecimento que fornecem um panorama amplo sobre clima.
  • Networking global (Conexão): conexão com jovens de diversos países, mentores, facilitadores e referências da área climática (Saiba mais sobre o Curso YCL e Imersões Internacionais).
  • Oportunidade concretas (Empoderamento): acesso a oportunidades profissionais e de voluntariado, workshops exclusivos para a rede, ações locais (Hubs YCL) e delegações da ONU.

Para ficar ligadinhe:

O YCL está com uma oportunidade babadeira de engajamento! No dia 24 de novembro acontecerá o Dia do Profissional do Clima, uma maratona de 24h de streaming para capacitar e integrar jovens na carreira climática. Se jogaaaa!

United People Global (UPG)

A UPG é uma comunidade internacional que tem a missão de “make the world a better place”, ou seja, “fazer o mundo um lugar melhor”. A organização nasceu com o objetivo de criar uma realidade de impacto, por via de 4 pilares:

  • Consciência: “É possível!” Mostra diferentes maneiras pelas quais as pessoas podem se engajar para tornar o mundo um lugar melhor. Ex: Ajudando as pessoas a entenderem e explorarem os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.
  1. Crença: “Sim, podemos!” Aumenta a crença de que cada pessoa é capaz de causar impacto. Ex: Desenvolvendo e promovendo iniciativas que tornam o mundo um lugar melhor por meio de treinamentos e capacitações.
  2. Colaboração: “Vamos trabalhar juntos!” Fomento de iniciativas nas quais as pessoas podem trabalhar em conjunto, usando os ODS como base.
  3. Comunidade: “Você não está sozinho!” Promove um senso de comunidade entre pessoas de vários países que compartilham um mesmo senso de propósito: tornar o mundo um lugar melhor.

CURIOSIDADE:

Meu projeto PerifaSustentavel nasceu através da UPG Sustainability Leadership Program, uma capacitação internacional focada em liderança cidadã para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Se você tem ideias que podem transformar sua comunidade, entra na UPG! Caso queira saber mais sobre a minha experiência, leia esse artigo.

Querido leitor, te apresentei 4 opções lacradoras de engajamento na Agenda 2030. Me conta nos comentários qual deu match perfeito com o seu coração? 🙂

 

 

Amanda da Cruz Costa é colunista da Agência Jovem de Notícias.

Quando ir pra rua é perigoso, o ativismo online pode ser a resposta

A experiência e os desafios com plataformas e estratégias de ativismo online em tempos de isolamento social onde ocupar ruas pode não ser o mais estratégico (e seguro).

Por João Henrique Alves Cerqueira

Não chegamos nem na metade da atual gestão presidencial e todos os dias lidamos com a proximidade cada vez maior de chegar no total colapso civilizatório. A sobreposição de crises (segurança pública, econômica, sanitária, política e ambiental) que estamos vivendo já seria um desafio imenso para qualquer liderança, mas o nosso chefe de estado tem aproveitado essas crises para alimentar a paranoia de sua base de apoio ao mesmo tempo em que cria conflito entre as instituições e intensifica a polarização ideológica no país.

Enquanto isso, caminhamos a passos largos para ser o pior país do mundo a lidar com a pandemia do novo coronavírus, com milhares de mortes de brasileiros que poderiam ter sido evitadas.

Com todos os elementos postos para fazer com que as ruas voltem a ser palco das manifestações, as recomendações sanitárias orientam que não existe uma forma segura de fazer isso acontecer.

Negar essas orientações é aumentar a chance de contágio pelo novo coronavírus, que por sua vez impacta em relação desproporcional pessoas que já estão em situação de maior vulnerabilidade social.

Mas quando ir para as ruas pode não ser estratégico (ou seguro), como podemos canalizar a urgência e necessidade de se manifestar e incidir nos processos de tomada de decisão do nosso país?

A resposta vem de movimentos e organizações que já estão utilizando as redes virtuais como plataforma de incidência política muito tempo antes da pandemia limitar as possibilidades de fazer isso. É o caso da Rede Nossas – um laboratório de ativismo que desde 2011 associa os espaços de participação institucional, a mobilização criativa e as plataformas virtuais para incidir em políticas públicas.

“A experiência da incidência online tem sido desafiadora, em proporções muito maiores e com necessidade de reinvenção e uso de táticas criativas de forma mais intensa do que antes da pandemia.” conta Ully Ribeiro, moradora da zona oeste do Rio de Janeiro, gestora pública pela UFRJ e mobilizadora no Meu Rio / Rede Nossas:

Nesses quase três meses de isolamento, foram 5 campanhas grandes em nível federal, destaco a campanha pelo adiamento do Enem, Sem Aula, Sem Enem, articulado com diversas organizações, coletivos e cursinhos comunitários na qual precisamos, mais uma vez, inovar para conseguir pautar um projeto na Câmara dos Deputados. Por entender que precisávamos inovar nas táticas para pressionar os parlamentares, automatizamos a criação de páginas de pressão para que cada escola, instituto, colégio, cursinho pudesse criar sua própria página para pressionar, via e-mail, os deputados federais do seu estado. Com um pedido mais centralizado e com recorte estadual, conseguimos fazer com que diferentes deputados se manifestassem favoravelmente ao adiamento do Enem. Poucos dias depois, o senado colocou o projeto em votação e o Inep se pronunciou pelo adiamento da prova.

Ully conta ainda que, entre todos os momentos delicados que vivemos, se surpreendeu positivamente com o senso de solidariedade das pessoas em um crowdfunding:

Dia 9 de junho colocamos no ar a campanha #4GparaEstudar com a meta inicial de arrecadar 100 mil reais para comprar pacotes de internet à alunos periféricos de cursinhos parceiros, e em 24 horas arrecadamos 200 mil reais. Mas claro, é sempre importante trazer a reflexão do quanto essas pessoas e toda a sociedade que doam seus dinheiros e investem em redes de solidariedade, estariam dispostas a concordar com mais políticas públicas de distribuição de renda.

Para começar a se organizar para incidir politicamente online, Ully sugere um primeiro passo: o da busca ativa:

Estamos num momento de caos político, social, sanitário. Temos inúmeras manifestações antirracistas rolando, muitas redes de apoio psicológico acontecendo, secundaristas mostrando, mais uma vez, como são mobilizados e engajados e quem não tá acompanhando isso, precisa fazê-lo! Não dá mais pra só dizer que não sabia, que não ouviu falar ou não leu sobre. Siga produtores de conteúdo negro, mulheres, favelados, se inteire do que tá rolando, do que as organizações e movimentos estão fazendo, e principalmente, como você pode ajudar. Seja com divulgação, doação de alimentos/materiais, grana, assinando petições, fazendo pressões nas redes sociais de tomadores de decisão. Toda ação é válida porque tudo é política.

Equipe ‘Meu Rio’ / Rede Nossas

As redes virtuais já são um dos principais campos de debate na política – seja nas sessões legislativas por videoconferência, seja nas fakenews disparadas nos zaps pelos país.

É essencial entender e qualificar o seu uso para que essas plataformas alcancem seu potencial para ampliar o acesso à participação política, ainda mais em um período onde a mobilização convencional nas ruas do país se apresenta como perigosa e pouco estratégica – pelo menos para o lado do espectro ideológico que acredita na ciência, nos dados, na medicina e que a terra não é plana.

 

João Henrique Alves Cerqueira é colunista da Agência Jovem de Notícias.

 

Educação ambiental em foco: projetos piloto da ECA em Belém

Dentro da programação da Escola de Cidadania para Adolescentes, o meio ambiente foi trabalhado em oficina temática que contou com a apresentação do trabalho do coletivo Ame o Tucunduba, que luta pela gestão da bacia hidrográfica formada pelo rio.

Durante todos os encontros, ficou evidente a relação importante entre afetividades e o meio ambiente na vida das e dos adolescentes. A partir da percepção do potencial para trabalhar o tema, foi construído um projeto piloto sobre educação ambiental, desenvolvido na UNIPOP e aplicado com turmas de duas escolas públicas periféricas da região metropolitana de Belém.

A primeira turma do projeto piloto foi formada por alunas e alunos de séries do Ensino Fundamental II da escola Nelso Ribeiro, no bairro do Telégrafo – um espaço escolhido por sugestão de adolescentes integrantes da ECA Belém que foram alunos da escola. O projeto foi composto por uma roda de conversa sobre meio ambiente, compostagem e revitalização de espaços verdes, seguida da aplicação de um exercício prático de ação coletiva: a confecção de lixeiras seletivas para o espaço da escola.

Participantes do projeto na escola Nelso Ribeiro, no bairro do Telégrafo

Para a segunda turma do projeto piloto foi selecionada a Escola Jarbas Passarinho, no bairro Costa e Silva. Lá, além das atividades propostas, nosso projeto contou com a parceria de membros do corpo docente e de uma aluna integrante do projeto Aimeê Bordalo, que atuaram na mobilização e na articulação da turma em uma atividade sobre os desafios de conviver com a diversidade no âmbito escolar.

Participantes do projeto, alunas e alunos da Escola Jarbas Passarinho, no bairro Costa e Silva

Na reta final, foi possível agregar os dois projetos com a aplicação de mais um exercício de ação coletiva: as turmas atuaram, junto com moradores da região, na revitalização de um espaço no Bairro do Benguí, com plantio de mudas e grafitagem nos muro da área.

Estes planos de atividades foram desenhados a partir da identificação da ausência de políticas públicas efetivas voltadas para o meio ambiente nos bairros, um problema alarmante na região metropolitana de Belém: questões como o descarte correto de lixo, a falta de incentivo à educação ambiental, a ausência de coleta periódica de lixo comum e da coleta seletiva nas regiões periféricas, que promovem um impacto enorme na saúde e na relação das juventudes com seus territórios.

Durante a avaliação do percurso do projeto, as e os adolescentes compartilharam falas sobre como foi gratificante participar dos exercícios em comunidade, ressaltando a importância da tomada de consciência sobre o meio ambiente e da construção e manutenção coletiva de espaços de convivência nas suas periferias.

Democracia, Direitos Humanos, Juventude, Comunicação: como foram as oficinas temáticas da ECA em Bélem

O que é democracia? O que são direitos humanos? O que é o direito à comunicação? O que é ser adolescente e jovem na nossa sociedade? Como participar de movimentos sociais? Qual a relação de tudo isso com o lugar onde vivemos?

Essas e outras perguntas que surgem na cabeça de adolescentes e jovens foram temas de oficinas da Escola de Cidadania para Adolescentes em Belém.

Na oficina temática “Democracia”, perguntas sobre o exercício pleno das liberdades democráticas instigaram as e os adolescentes a pontuar, com o uso de diversas linguagens, a abrangência do conceito em ações cotidianas, vistas em uma praça.

Oficina temática “Democracia”

Já sob o tema “Direitos Humanos”, o exercício envolveu a reflexão e a troca de impressões a partir da observação do quadro Criança Morta, de Cândido Portinari. Cada adolescente foi chamado a compartilhar os sentimentos que a pintura expressava para si e qual a relação entre o contexto retratado na obra – a escassez de água e a fome – com suas vivências pessoais.

Criança Morta, de Cândido Portinari/Reprodução MASP

Nesta oficina também foram utilizadas técnicas de produção de fanzines para colocar em debate temas como o direito à vida, liberdade religiosa e o direito à liberdade de expressão, entre outras questões.

Para apresentar às e aos adolescentes do projeto um exemplo prático de mobilização social, foi apresentado o trabalho do coletivo Ame o Tucunduba, que luta pela garantia de gestão da Bacia do Rio Tucunduba. Nessa oficina foi possível colocar em debate grandes questões do meio ambiente e exemplificar como a mobilização social é importante para gerar mudança e sensação de pertencimento aos espaços periféricos que ocupam.

Oficina temática “Meio Ambiente”

A roda de conversa sobre ser adolescente e jovem contou com a participação de uma jovem ativista do coletivo A Liga, que falou sobre sua experiência como voluntária na periferia em que mora, de um jovem participante do projeto Rede Paraense de Pessoas Trans, enfatizando a importância do local de fala e representatividade da população trans em qualquer espaço, e um adolescente que integra a equipe da Agência de Notícias – JCA, falando sobre a importância da participação em atividades sociais para o crescimento pessoal e intelectual das juventudes. Por fim, um jovem ativista de um grupo local da Anistia Internacional Brasil compartilhou seu relato sobre a importância de intercâmbio de ideias e trocas dos movimentos sociais para a manutenção e fortalecimento das lutas.

Roda de conversa ser adolescente e jovem/mobilização em movimentos sociais

No tema Comunicação/Educomunicação, o ponto de partida foi o direito universal que todos têm de se comunicar. A apresentação de produções protagonizadas por jovens somadas à publicações em redes sociais estimularam o compartilhamento de conteúdo sobre os diversos temas estudados, demonstrando a importância de ações que reforcem a liberdade e a pluralidade da mídia, além de exemplificar como a adoção de práticas educomunicativas têm potencial para gerar grande impacto na promoção do direito humano à comunicação.

Oficina temática “Comunicação/Educomunicação”

 

ECA organiza oficinas sobre meio ambiente e mudanças climáticas para adolescentes

Para discutir meio ambiente e a crise climática que nosso planeta vem atravessando, foram preparadas duas oficinas com as alunas e alunos da Escola de Cidadania para Adolescentes em São Paulo: uma em sala, com dinâmicas e debates, e a segunda com visitas a espaços de organizações que trabalham questões ambientais na cidade.

No primeiro encontro sobre meio ambiente, foi aplicada a dinâmica da ‘sala desarrumada’: as e os jovens foram recebidos numa sala desorganizada, intencionalmente. A primeira parte do encontro – a retomada dos conteúdos dos encontros anteriores – foi realizada neste ambiente, sem maiores explicações.

Em seguida, a turma foi provocada a falar sobre as condições da sala e sobre a relação que as pessoas criam com os espaços que ocupam, inclusive os coletivos. Foi chamada a atenção para a importância de todos que ocupam e dividem espaços serem corresponsáveis pela sua manutenção, e os adolescentes puderam a refletir sobre a relação entre estas reflexões e o meio ambiente.

Entrando no tema central, foi exibida para a turma a animação “Man” (2012), do ilustrador e animador inglês Steve Cutts, que mostra o relacionamento destrutivo do homem com o meio ambiente, seguida de um debate sobre a obra.

 

 

Para aproximar ainda mais os debates à realidade da turma, foi exibida a vídeo-aula sobre a questão ambiental preparada para a ECA. A partir desta aula, as e os jovens conversaram sobre a importância da atuação de todos na mudança de atitude e no comprometimento em adotar práticas que transformem o modo como a humanidade se relaciona com o planeta.

 

 

Para as visitas aos locais de trabalho e ativismo ambiental, as alunas e alunos dividiram-se em grupos e pesquisaram sobre uma cooperativa de catadores de materiais recicláveis no centro da cidade e o projeto de horta comunitária na zona sul de São Paulo, anotando dúvidas e preparando perguntas e dividindo entre si as tarefas que formariam o registro educomunicativo da atividade.

Na ECA SP, oficinas exploram o “ser jovem” e a condição das juventudes

Seguindo a programação da Escola de Cidadania para Adolescentes em São Paulo, foram elaboradas atividades para dois encontros temáticos sobre o ser jovem enquanto categoria social e as condições de vida destas juventudes na cidade e em todo o país.

Após uma rodada de conversa retomando os temas dos encontros anteriores, as e os adolescentes foram divididos em grupos para discutir algumas perguntas provocadoras:

  • O que e como é ser adolescente e jovem?
  • Como a sociedade vê o jovem?
  • Como a mídia representa o jovem?

Depois de conversarem em grupos, a turma apresentou suas conclusões. Com a ajuda dos educadores, os grupos alinharam seus pontos de vista e foram apresentados a alguns conceitos essenciais para entendermos a juventude enquanto categoria social:

  • Transição, delimitação etária, marcos legais
  • Visões de juventude

A partir destes conceitos, a turma debateu o direito de ser adolescente e quais espaços as juventudes brasileiras encontram na sociedade, e o período da adolescência como um período de descoberta de talentos e competências:

  1. Como é ser adolescente?
  2. Como eu vejo a adolescência?
  3. Como a sociedade vê a adolescência?

Depois, foram convidados a montar um acróstico com seus nomes, elencando suas habilidades e também produziram trabalhos – cartazes, murais, fanzines – com a síntese das discussões do encontro. Como ‘lição de casa’, as e os jovens ficaram responsáveis por procurar exemplos de notícias representativas da adolescência e do lugar das juventudes na sociedade.

A segunda parte da oficina sobre ser jovem começou com a turma retomando as discussões dos encontros anteriores e apresentando as notícias com temática adolescente coletadas. Com base nas notícias apresentadas, algumas nuances do conceito do ser adolescente e jovem foram colocados em pauta:

  • Como a mídia apresenta o jovem?
  • O que caracteriza a cultura juvenil?

Algumas das preocupações centrais que permeiam a fase da adolescência também estiveram em foco: Como se preparam para o mundo do trabalho? Como pensam sua relação com a família? Como escolhem profissões? Como tomam conhecimento de seus direitos? Como participam da sociedade e da política? Como constroem sua autonomia?

Uma dinâmica explorou o conceito de ‘competência’ e suas aplicações ao longo da vida. As e os adolescentes revisitaram seus acrósticos para categorizar suas competências entre habilidades, conhecimentos e atitudes. foram debatidos os pilares da educação no século XXI – aprender a SER, FAZER, CONHECER E CONVIVER – e a tríade de desenvolvimento individual – IDENTIDADE, INTERATIVIDADE E AUTONOMIA.

De posse destes conceitos, a turma se debruçou sobre o mural com suas competências e conversou sobre como cada uma delas, em conjunto, pode oferecer contribuições para seu desenvolvimento pessoal e social. Para enriquecer ainda mais a discussão, assistiram a vídeo-aula sobre juventudes, criada especialmente para a ECA:

Depoimentos de especialistas e ativistas trouxeram diferentes perspectivas sobre o ser jovem e participar ativamente de movimentos sociais e da política local e nacional para encerrar a atividade.

Viração realiza ciclo de oficinas da Escola de Cidadania em São Paulo

A Viração realizou um ciclo de atividades de formação no âmbito do projeto de cooperacão internacional Escola de Cidadania para Adolescentes, co-financiado pela Província Autonoma de Trento e a Associação Viração&Jangada de Trento, na Itália.

Foram realizadas na sede da Viração, em São Paulo, 12 oficinas para 40 adolescentes de diversas regiões da cidade com duração de 4 horas cada. Os encontros visaram promover uma sensibilização e formação a respeitos dos temas contemplados no projeto: democracia, direitos humanos, juventudes, participação e meio ambiente, além da capacitação para o uso de técnicas de mobilização social e produção de comunicação.

O projeto Escola de Cidadania para Adolescente também buscou fortalecer o ativismo juvenil e o enredamento de adolescentes em iniciativas participativas, para isso parte dos encontros contou com a articulação com movimentos e ativistas em diferentes áreas, relacionadas aos temas do projeto para rodas de conversas com os adolescentes.

Além disso, foram realizadas visitas em organizações que atuavam com o tema do meio ambiente, nas quais os adolescentes puderam refletir sobre proteção ambiental, aprender técnicas e trabalhos de reciclagem e permacultura urbana, além de conhecerem experiências de ativismo ambiental.

Os encontros foram subsidiados pelos conteúdos multimídia produzidos no âmbito do projeto disponíveis na plataforma.