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Rapidinhas

Eco-ansiedade

21 de outubro de 2021

Evitar um cenário quase apocalíptico vem sendo a missão de ativistas ambientais do mundo todo. As secas, enchentes, incêndios, o aumento da temperatura global, o desmatamento e tantos outros fenômenos, somados às desigualdades estruturais que as populações das periferias do mundo enfrentam, chocam e prejudicam a saúde mental. É o que a psicologia vem chamando de eco-ansiedade.

Nesse artigo, a Amanda da Cruz Costa nos conta sobre as causas da eco-ansiedade que ela sente enquanto jovem brasileira e aponta para uma saída possível.

Por Amanda da Cruz Costa

A American Psychology Association (APA) descreve a eco-ansiedade como “o medo crônico de sofrer um cataclismo ambiental que ocorre ao observar o impacto, aparentemente irrevogável, das mudanças climáticas gerando uma preocupação associada ao futuro de si mesmo e das gerações futuras”.

Mãos geladas, estômago embrulhado, coração palpitando e um medo incessante do futuro…

Qual é o futuro que estamos construindo?

o estudo abrangente, mas ainda sem revisão, publicado pelo periódico científico Lancet Planetary Health e intitulado Young People’s Voices on Climate Anxiety, Government Betrayal and Moral Injury (Opiniões dos Jovens sobre Ansiedade Climática, Traição Governamental e Dano Moral), realizado em 2021, abrangeu 10 mil indivíduos de 16 a 25 anos, que moram em dez países, incluindo o Brasil.

Eles declararam que os problemas ecológicos os fazem sentir uma gama de emoções negativas, como medo, raiva, tristeza, desespero, culpa e vergonha. Também os deixam confusos, sem perspectiva de futuro e com a impressão de que os adultos e os governantes os traíram ou abandonaram.

Joice Ferreira, no site da Revista Piauí

Mal conseguimos sobreviver ao presente! Nossos sonhos são assassinados dia após dia e enfrentamos tantos desafios que mal sobra tempo para cuidar do coração:

  • genocídio da população preta;
  • desmonte de políticas socioambientais;
  • queimadas, desmatamento, contrabando ilegal da fauna e flora e
  • um vírus mortal que mata principalmente os mais vulneráveis.

Além do mais, temos que lidar com uma multiplicidade de crises: climática, democrática, sanitária, ambiental, econômica, social… Não sobra tempo para viver!

Eu, enquanto jovem mulher, deveria estar indo para os rolês, paquerando os #boymagias e viajando com as minhas amigas! No entanto, evito sair de casa por conta do COVID-19, estudo dia e noite para enfrentar a crise climática e tenho medo de colocar um filho no mundo, pois não sei oque ele encontrará daqui alguns anos.

 

Roubaram o meu futuro e sequestraram a minha juventude. Me entregaram um mundo cheio de problemas e colocaram toda a responsabilidade de encontrar soluções na minha geração.

Isso não é justo!

O ecocídio causado pelo governo Bolsonaro acentuou nossa eco-ansiedade: estamos tristes, desesperançosos e desesperados! Eu não quero viver com medo do futuro, mas quero construir parcerias intergeracionais para desenvolver soluções que vão salvar o meu presente.

O cenário é desafiador, mas não estou sozinha.

Bora construir esse futuro juntes?

Quer ler mais sobre eco-ansiedade?

  1. Ecoansiedade: o mal do século XXI? Conselho Regional de Psicologia do Paraná
  2. NÃO TEMOS TEMPO A PERDER. Joice Ferreira, Revista Piauí
  3. Eco-ansiedade: o medo do colapso ambiental. Crianças e jovens são os mais afetados. Lara Meneguelli, no Green Me.
  4. Eco-ansiedade: medo da catástrofe ambiental cresce em jovens. Na Época Negócios

Leia outros textos da Amanda sobre questões do clima:

  1. Você sabe o que é Racismo Ambiental?
  2. Sustentabilidade para mim?
  3. Como celebrar a vida num planeta que beira a morte?
  4. Qual futuro estamos construindo?
  5. Um futuro sustentável