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Rapidinhas

DIA 11 DE AGOSTO, DIA DO ESTUDANTE: ESTAMOS TRANSGREDINDO OU REGREDINDO?

11 de agosto de 2021

A educação como prática da liberdade ganha força em dias comuns ou em um desgoverno o qual vivemos. E em datas de celebração se tornam símbolo de resistência.

Por Karen Rodrigues

A Origem Da Data

Neste dia 11 de agosto se comemora o Dia do Estudante, uma data que homenageia a todos. Surge no ano de 1927, após 100 anos da fundação dos dois primeiros cursos superiores jurídicos no Brasil. É uma data específica com objetivo de reforçar a importância dos estudos.

Estamos Regredindo

Desde que assumiu o cargo, o atual presidente do Brasil – fazendo coro com praticamente todos os ministros da Educação – propaga as universidades públicas como locais onde a balbúrdia é recorrente, e são espaços completamente “esquerdopatas”.

Esse julgamento fomentou o corte de verbas e acelerou um processo de sucateamento destas instituições, ou seja, um projeto que vai na contramão da valorização da ciência e daqueles que a fazem.

Coincidentemente ou não, esses espaços vêm sendo ocupados nos últimos anos por grupos marginalizados historicamente, mas essa desvalorização impacta várias frentes.

Este ano nos deparamos com o menor número de inscritos no ENEM desde 2005; Universidades Públicas de todo o país estão prestes a fechar as portas por falta do básico, e consequentemente, pesquisas científicas estão seriamente ameaçadas; e agora chega o projeto de um “novo ensino médio”.

O “novo ensino médio” não modifica somente o modo de aprendizagem de forma boa, como propagado em rede nacional através da mídia. O projeto cria também uma renovação no mecanismo da crescente desigualdade no país, pois não só atinge fundamentalmente o acesso dos alunos ao ensino superior, bem como atinge os professores, pois, qualquer indivíduo passa a ter abertura a lecionar nas escolas, entre outras questões controversas.

Uma das principais é a obrigatoriedade somente das matérias de matemática e português. Já as outras serão reduzidas a competências e habilidades. O que não garante uma constância das outras matérias, como: filosofia, sociologia, história, entre outras. Tais matérias que geram criticidade no indivíduo acerca da sociedade, estão a menos de “um passo” de serem completamente rechaçadas do currículo escolar das próximas gerações.

Para Transgredir

Ser capaz de recomeçar sempre, de fazer, de reconstruir, de não se entregar, de recusar burocratizar-se mentalmente, de entender e de viver a vida como processo, como vir a ser…

Paulo Freire

Paulo Freire e Abdias Nascimento na Guiné Bissau. Foto de Elisa Larkin Nascimento

O ato de resistir, repensar, refletir e agir é um processo que anda lado a lado de muitos brasileiros. E, tal processo não deixa de ter tamanha importância nos tempos atuais. Vejamos cursinhos populares e projetos sociais, ambos com objetivos de “não existência”, mas que seguem resistindo e gerando gigantescas mudanças na vida de educadores e educandos.

De acordo com bell hooks:

para isso, a consciência crítica ajuda bastante. A educação libertária quando todos tomam a posse do conhecimento como se fosse este uma plantação em que todos temos de trabalhar

Tanto Paulo Freire como bell hooks nos ensinam que aprender e ensinar é uma construção coletiva. Continuemos apostando no coletivo para colhermos futuras boas memórias de plantações.

 

Colagem por Karen Rodrigues

 

Karen Rodrigues é jovem comunicadora da Agência Jovem de Notícias.